"O curso de engenharia forma ou filtra?" Já perguntava meu amigo/irmão, Marcos Guerreiro.
O que você acha?
Um curso extenso que abre os horizontes e apresenta as soluções tecnológicas por outro ângulo, principalmente para aqueles que já possuem alguma formação, seja técnica ou profissionalizante, na área que está cursando a graduação.
O que você acha?
Um curso extenso que abre os horizontes e apresenta as soluções tecnológicas por outro ângulo, principalmente para aqueles que já possuem alguma formação, seja técnica ou profissionalizante, na área que está cursando a graduação.
Mas a quantidade de matérias é tão grande que é praticamente impossível você sair da graduação com todos os conceitos e matérias estudadas ainda frescos na sua mente. Como assim fresco? São 6 anos de curso (isso se o graduando não ficar dependente em alguma matéria). O normal é que esse curso seja concluído em 7 ou 8 anos.
Os 2 primeiros anos são basicamente cálculo e matérias de introdução à engenharia. Quem não tem aptidão já cai fora. Normalmente quando começamos o curso, temos a impressão que o 1° ano é o mais difícil (isso numa boa universidade claro) porque nunca tivemos que nos dedicar tanto como temos agora.
Os 2 primeiros anos são basicamente cálculo e matérias de introdução à engenharia. Quem não tem aptidão já cai fora. Normalmente quando começamos o curso, temos a impressão que o 1° ano é o mais difícil (isso numa boa universidade claro) porque nunca tivemos que nos dedicar tanto como temos agora.
Mal imagina o graduando que na verdade o 1° ano é o ano mais fácil. Dali pra frente a pedreira só aumenta e alivia um pouco no 5° ano.
Não é nada absurdo, sobre humano. É uma dificuldade compatível com a recompensa.
O 3° ano ainda tem cálculo mas já começam as matérias "praticas" e do 4° em diante o curso passa a ser mais interessante. Nesse momento, todo aquele conceito de cálculo (limites, derivadas, integrais, matrizes, polo, zero, etc.) deixam de ser ferramenta do dia a dia, para ser a base de conceito para as matérias adiante. Não há mais necessidade de calcular exatamente, mas precisamos saber o conceito do cálculo para tomarmos as decisões corretas.
A verdade é que você não consegue armazenar tanta informação se você não utilizar. Sejam matérias mais teóricas ou mais práticas.
Não é nada absurdo, sobre humano. É uma dificuldade compatível com a recompensa.
O 3° ano ainda tem cálculo mas já começam as matérias "praticas" e do 4° em diante o curso passa a ser mais interessante. Nesse momento, todo aquele conceito de cálculo (limites, derivadas, integrais, matrizes, polo, zero, etc.) deixam de ser ferramenta do dia a dia, para ser a base de conceito para as matérias adiante. Não há mais necessidade de calcular exatamente, mas precisamos saber o conceito do cálculo para tomarmos as decisões corretas.
A verdade é que você não consegue armazenar tanta informação se você não utilizar. Sejam matérias mais teóricas ou mais práticas.
Onde eu quero chegar com essa conversa?
Que a pergunta inicial se a universidade de engenharia forma ou filtra tem fundamento.
Dificilmente você vai sair de um curso de engenharia noturno com todos os fundamentos afiados na sua mente (acredito que existam raras exceções) mas, mas, mas, se você chegou até o final, você passou por um filtro que poucos conseguem passar. Muitos desistem. 50% entre o 1° e o 2° ao se depararem com a quantidade de cálculos. Depois vem a crueldade dos mestres que parecem que estão em outro mundo onde só existe a matéria deles para estudar e fazer trabalhos. Vida social com a família, passeio de final de semana e noites completas de sono sem chance.
Que a pergunta inicial se a universidade de engenharia forma ou filtra tem fundamento.
Dificilmente você vai sair de um curso de engenharia noturno com todos os fundamentos afiados na sua mente (acredito que existam raras exceções) mas, mas, mas, se você chegou até o final, você passou por um filtro que poucos conseguem passar. Muitos desistem. 50% entre o 1° e o 2° ao se depararem com a quantidade de cálculos. Depois vem a crueldade dos mestres que parecem que estão em outro mundo onde só existe a matéria deles para estudar e fazer trabalhos. Vida social com a família, passeio de final de semana e noites completas de sono sem chance.
Sabe aquele cara que mata aula quase todo dia pra ir no bar? Aquele que muitas vezes não trabalha e o pai que paga a faculdade? Então, se ele passar do 2° ano pode trocar de universidade porque ou esse cara é um gênio ou a universidade é muito ruim e eu apostaria na segunda opção.
Ou seja, a universidade de engenharia forma sim grandes profissionais mas também filtra e na minha opinião, mais filtra do que forma.
Ou seja, a universidade de engenharia forma sim grandes profissionais mas também filtra e na minha opinião, mais filtra do que forma.
Nesse filtro só passam os que estão realmente determinados, que estão dispostos a vencer, que conseguem trabalhar sobre pressão, que sabem que sem esforço não existe recompensa. A universidade de engenharia entrega para o mercado de trabalho profissionais que além de possuir um raciocínio lógico acima da média, são ótimos em cálculo e ótimos administradores. Profissionais que mesmo sem experiência prática já provaram que conseguem se sair bem nas situações mais adversas.
Depois de 6 anos o graduando, agora profissional, pode ter esquecido boa parte do que recebeu mas ele sabe onde buscar a informação, e sabe como resolver ou buscar caminhos para situações novas.
Depois de 6 anos o graduando, agora profissional, pode ter esquecido boa parte do que recebeu mas ele sabe onde buscar a informação, e sabe como resolver ou buscar caminhos para situações novas.
Um curso técnico e experiência na área que se deseja cursar uma graduação de engenharia ajuda muito.
Quando não trabalhamos na área, tudo que é apresentado em sala de aula não passa de mera teoria. Quando trabalhamos na área, conseguimos visualizar de maneira mais clara tudo que já foi aprendido em um curso técnico ou profissionalizante. Você começa a entender o porquê das coisas.
Sou muito a favor do curso técnico ou profissionalizante pois antecipa a experiência de mercado, dá alicerce ao profissional, dá base para decidir se vale a pena uma graduação superior e dá mais sentido ao curso de engenharia.
Quando não trabalhamos na área, tudo que é apresentado em sala de aula não passa de mera teoria. Quando trabalhamos na área, conseguimos visualizar de maneira mais clara tudo que já foi aprendido em um curso técnico ou profissionalizante. Você começa a entender o porquê das coisas.
Sou muito a favor do curso técnico ou profissionalizante pois antecipa a experiência de mercado, dá alicerce ao profissional, dá base para decidir se vale a pena uma graduação superior e dá mais sentido ao curso de engenharia.
by Sergio Corrigliano - julho de 2016